Alice chegou ao portão se sua casa, já era tarde da
noite, tinha se atrasado com os trabalhos no escritório. Olhou para a casa do
seu novo vizinho e não avistou ninguém, subiu a escada distraída enquanto
procurava as chaves em sua bolsa e assustou-se ao ver que Genevive sua filha de
15 anos estava sentada na área.
- Credo! – espantou-se – O que esta
fazendo aqui fora?
- A casa esta infesta de ratos! –
responde a garota.
- Ratos?
- Sim! Ratos mortos!
Mãe e filha entraram na casa e de fato
haviam muitos roedores ensanguentados lá, os vidros das janelas estavam
quebrados, indicando que alguém tinha jogado-os ali.
- Vândalos! – afirmou Alice.
O teto rangeu, elas entreolharam-se,
uma sombra fantasmagórica projetou-se nas cortinas.
- Tem alguém lá! – Genevive apontou
para cima.
Alice aproximou-se da janela que se
estourou, braços fortes envolveram-na, ela gritou, não tinha forças para se
soltar e em fração de segundos foi arremessada para fora como um trapo.
Genevive sem reação apenas observou a
mãe ser devorada por algo que aparentava ser um animal. A menina apavorada
correu pelos cômodos da casa, à procura de algo com que pudesse se defender.
O que antes era uma figura
monstruosa, depois de alimentada, aparentava feições humanas.
A menina logo compreendeu do que se
tratava, lembrou-se que em algum dos balcões da cozinha, sua avó havia guardado
água benta, foi até lá procurar e viu um homem parado na janela.
- Olá garotinha. - ele cumprimentou
gentilmente.
- Você não pode entrar se não for
convidado! – afirmou Genevive.
- Então sua vadia, farei com que
saia!
- O que vai fazer?- questiona ela
assustada.
- Bom, enquanto sua mãe estava fora e
você distraia-se com a internet, eu espalhei gasolina por sobre toda a sua
casa, isso não faz muito tempo, então ainda não esta seca. A propósito, quando
você foi ao mercado eu joguei os ratos ai. Não lhe ataquei antes porque queria
me divertir.
O vampiro deu alguns passos e tirou
do bolso uma caixa de palitos de fósforo, riscou vários ao mesmo tempo e
arremessou-os contra a casa. O fogo se espalhou rapidamente, Genevive estava
desorientada pela fumaça e acabou caindo sobre uma mesa de vidro com pernas de
madeira, levantou-se ensanguentada, havia um caco de vidro cravado em sua
barriga, sem saber o porquê apanhou uma das pernas da mesa e saiu da casa em
chamas.
No fundo do terreno havia um alçapão
que levava ao porão, a menina tentou correr até lá, mas foi alcançada, ele
agarrou-a e cravou os dentes em seu pescoço, a menina arregalou os olhos,
estava em um transe profundo, olhou para sua mão direita e viu que o pedaço de
madeira que segurava estava com a ponta quebrada no formato de estaca.
Genevive não pensou duas vezes,
juntou todas as forças que ainda tinha e cravou a estaca no peito do belo
homem, onde ela tinha certeza que ficava o coração.
O vampiro gemeu e jogou-a contra o
chão, seus olhos ardiam em fúria, tortuosamente ele andou até ela, segurou a
cabeça de Genevive firme entre as mãos e em um golpe rápido quebrou o pescoço
da menina.
- Espero que sofra tanto quanto eu
sofri- sussurra o homem pouco antes de explodir em cinzas.
Horas depois o dia já raiva, Genevive
acordou sentindo sua pele arder estava queimando aos poucos, mas a dor que
sentia por dentro era pior, algo transpassava entre seus ossos e dilatava seus
músculos, contorcia-se de dor, algo se desenvolvia em seu interior.
Percebeu que se continua-se ali
exposta ao sol poderia morrer, rastejou até o alçapão e com muito sofrimento
conseguiu abri-lo, já estava em carne viva, ficou tonta e caiu no porão, a dor
aos poucos cessara, sua pele voltava ao normal, sentia-se mais bela, mais
forte, corajosa e muito, muito faminta, o único problema é que teria de esperar
a noite cair para pode sair e até quem sabe “atacar”.